Moscamed e ICB desenvolvem mosquito para controle biológico da dengue

Publicado em: 20/06/10


A dengue é um dos principais problemas de sáude pública do mundo. E, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país de maior número de casos notificados. O Ministério da Saúde informou que só neste primeiro bimestre houve um aumento de 72% dos casos registrados em relação ao mesmo período do ano passado.

Como não existe vacina capaz de imunizar a população, as estratégias de controle do mosquito Aedes aegypti resumem-se a atividades preventivas, baseadas na eliminação de criadouros, adoção de medidas comunitárias de conscientização e, principalmente, aplicação estratégica ou emergencial de inseticidas químicos.

Pensando em mais uma possibilidade de combate à dengue, a Moscamed, o Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB/USP), a Faculdade de Higiene e Saúde Pública (FSP/USP) e a Oxitec (Universidade de Oxford/U.K) estão desenvolvendo um método de controle biológico da doença. É a técnica de mosquitos transgênicos, ou seja, manipulados geneticamente para desenvolver características específicas.

Os insetos transgênicos de Ae. aegypti carregam um gene que a prole não é viável, ou seja, os filhos morrem. Os machos transgênicos que são liberados acasalam com fêmeas selvagens, e geram descedentes que morrem na muda de larva para pupa. Provocando diminuição na população do mosquito que transmite a dengue.

Na semana passada, os pesquisadores Aldo Malavasi e Jair Virgínio (Moscamed), Margareth Capurro (ICB/USP), Mauro Marelli (FSP/USP), Andrew Mckemey (Oxitec) e Agentes de Endemias da Secretária Municipal de Saúde de Juazeiro-BA visitaram os possíveis sítios, áreas onde o mosquito transmissor da doença está presente, para a liberação do inseto transgênico. Isolados para facilitar o controle e a segurança no local de liberação, os sítios têm a presença de mosquitos e uma poupulação entre quinhentos e dois mil habitantes.

“Essa é uma biotecnologia que deve ser usada com outras abordagens e é também uma metodologia alternativa de controle do mosquito para lugares que ainda não se têm acesso”, ressalta Capurro. Por se tratar de uma espécie exótica, que não faz parte do ecossistema brasileiro, os mosquitos transgênicos produzidos pela Moscamed não irão causar impactos negativos no meio ambiente, nem nos seres humanos. 

PESQUISAR

Eventos


Parceiros