Governo do Panamá conhece produção de moscas-das-frutas

Publicado em: 23/04/10


A República do Panamá é uma grande produtora e exportadora de melão, melancia, pepino e abóbora da América do Sul e Central e possui 80% do seu território livre da praga de mosca-das-frutas, a exemplo da mosca do mediterrâneo, conhecida como moscamed. Porém, em fevereiro de 2009, foi detectada na Província de Darién e nas Províncias ao leste do país a presença da Anastrepha grandis, mosca-da-fruta que ataca a família das cucurbitáceas que tem como espécies melão, melancia, abóbora, pepino, entre outras. 

O Programa Nacional de Moscas da Fruta desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrícola (MIDA) do Panamá é uma unidade técnica que funciona como um sistema de vigilância sanitária, responsável por organizar e executar todas as atividades referentes à mosca-das-frutas através de Programas de Monitoramento de Pragas. 

Devido ao aparecimento da Anastrepha já em fase adulta, no Panamá, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) financiou a vinda de três representantes do Governo da Província, Pablo Rodrigues (Coordenador Nacional do Programa de Mosca da Fruta), Jorge Quintana (Coordenador Regional de Sanidade Vegetal) e Enelvia Rujano (Coordenadora Nacional de Emergência de Anastrepha grandis) para conhecer a produção de Anastrepha grandis na Universidade de São Paulo – USP, em São Paulo, o Programa de Monitoramento e Controle da Mosca-das-Frutas, a produção e liberação do macho estéril da Ceratitis capitata, espécie de mosca-da-fruta, desenvolvida pela Moscamed no Vale do São Francisco, e para conhecer as Áreas Livres de Anastrepha grandis nos Estados do Ceará e do Rio Grande do Norte. 

Esta missão tem como objetivo capacitar os técnicos do MIDA para identificar todos os estágios de desenvolvimento da Anastrepha grandis, desde a fase de ovo, larva, pupa, até a adulta. Para que dessa forma, eles consigam perceber a ocorrência desta praga em qualquer estágio de maturação e possam identificar as diferentes espécies de mosca-das-frutas que são capturadas nas armadilhas. 

“A oportunidade de ver as moscas em plena atividade, como a copula, a alimentação e a oviposição é fundamental, porque adquirimos conhecimento técnico de como procurar a Anastrepha grandis em campo. Toda essa experiência é muito importante, inclusive, porque eu só conhecia a Anastrepha em fase adulta e morta nas armadilhas”, disse Enelvia. 

A produção de Anastrepha grandis no Brasil é coordenada pela Drª Keiko Uramoto, no Laboratório de Moscas das Frutas, do Instituto de Biociências, Departamento de Genética e Biologia Evolutiva da USP. Nas cidades de Fortaleza (CE) e de Mossoró (RN), os técnicos do Governo Nacional do Panamá visitarão as Áreas Livres de Pragas/ALP do cultivo de melão para exportação e a Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), em Mossoró (RN). 

A missão dos técnicos do Ministério de Desenvolvimento Agrícola (MIDA), da Província do Panamá, ao Brasil acontece entre os dias 18 e 25 deste mês, e foi coordenada pela Moscamed.

PESQUISAR

Eventos


Parceiros